Zummmummm... Só o Zumbido.
Um dia qualquer,
Um dia comum.
Dentro dos seus lares, com seus afazeres.
Mulheres cuidando dos seus...
Ouve-se um estrondo! Tire o cisco do meu olho!
_Sem tempo pro Adeus!
O que acontece?
O mundo acabou?
Só vejo poeira, destroços,
Corpos esparramados, trapos do que se restou.
Onde está o menino com sua bicicleta?
Tem um pai correndo, ele tem pressa:
_Cadê os meus filhos? Trouxe a coberta!
Do céu está caindo os meteoros previstos?
Não me iludo! É uma bomba!
Ataque dos ditos inimigos.
Fumaça e caos, apenas zumbido.
Não tem mais pássaros voando,
Só vejo crianças chorando:
_Não quero brincar com isso!
Das imagens vinculadas: desespero e lágrimas.
Onde se esconderam as nossas mulheres amadas?
Será que partiram dessa jornada?
Do seu ventre materno filhos gerados,
Cuidando estão dos nossos filhos amados.
Não consigo ver claramente,
A fumaça do poder encobre.
O sangue inocente derramado molha os pés.
A tecnologia criada deixou o meu povo alarmado.
Tem pedras e brinquedos,
Fogo e destruição!_ Tem gente machucada no corpo, alma e coração!
Minha mente atordoada escuta poucas frases.
Dizendo como pode haver no mundo tanta maldade?
Que a mídia está a esconder, a face do sofrer.
Destacando um grande ídolo,
Que uma cirurgia vai fazer.
Não se engane com isso!
Cada qual tem sua importância.
O Zummmummm que me atingiu agora,
Matou dezenas de crianças.
Mas não fiquem revoltados,
Com as notícias da televisão.
Tanto nós da Síria, quanto o craque da seleção,
Merece sim, a sua oração.
Jesus disse: amai seu próximo, não façais acepção.
As fotos que surgem nas telas,
Não chegam a refletir nossa tamanha desolação.
Esconde! Abaixa a cabeça!
_Deixa eu segurar a sua boneca princesa?
Não fomos arrebatados!
Não fomos condenados!
Não fomos julgados pelo braço de Deus!
Isso tudo é a ganância, livre arbítrio, consequência.
De uma humanidade que vive sua pior doença:
_Falta de amor.
Agora o Zummmummm está mais leve.
Meu respirar também.
Meu suspiro é de um até breve.
E quem fica faça o bem!
Fátima do Vale.