O Piquelucho

O Piquelucho

Este humano que pede pressa, que faz Eu ser e Tu também, , fez todo este organismo feito de carne, ossos e entranhas. Quer me consumir, consumir-se.

Corre feito colibri, vive do saborear, experimenta e sente. Vê, come, cheira, apalpa, ouve. Danadinho! Inconstante, muda de rota sempre que não conclui, não fecha o sentido, do porque é, está aqui.

Tem um afã aqui dentro, como piloto automático, que quer usar a máquina corpórea, vontade pura, para simplesmente... dormir, acordar. Mecânica, robótica.

Faminta, me alimento, submeto à dor e ao prazer, me impelem repelí-los ou satisfazê-los, vivo entre os freios e contra freios que o juízo impõe. Por que não tem outra opção?

Comer, viver no limite das leis fixas da natureza. Somente isto, Hum!!! É pouco.

Não sou somente este corpo! Sim! Não sou somente este corpo.

Por favor!! Me respondam!! Deve ter algo mais. Neurose? Com certeza, pode ser das piores, mas! encorajo-me a dizer...Hum!!! Deve ter algo a mais.

Ufa! Conforta saber que encontraram um tal de átomo nesta engenhoca que me movimenta, piquelucho, pequenino.

Danadinho! Ele, indomesticável; pulsa, pula e é estático, repouso e movimento, brinca com as leis incontestáveis da materialidade, leva a loucura o tempo e o espaço.

Ufa! Respiro. Física quântica não me deixou só, teoriza probabilismo, relativiza este ser denso, aparentemente fixo, frágil, degenerativo, provisório que a ciência da banda de cá dizia sem pestanejar que era. Até pouco tempo.

Hoje, acomodam nos bancos universitários e confirmam de forma crescente, que a base deste corpo éééééééé!!!

P U RA E N ER G I A

Se esse negócio for verdade mesmo!! Óia!!

Não é que pode ter algo a mais mesmo?

Bão demais!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 03/03/2018
Código do texto: T6269993
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