Os Olhos da Idade

Suavemente a folha caiu no para-brisa
subjugada pela gravidade
– não tinha mais viço ​​​para ignorar o vento.

Estava rubra –
mais bela que constrangida!

A contemplação mútua não durou muito.
Logo a folha deslizou,
foi compor o tapete vermelho semivivo...

Ainda caíram outras (não tão coloridas!),
mas nenhuma descansou no para-brisa.

Novo sopro varreu o tapete,
desnudou o asfalto.

Não havia mais tempo para encantamento.

Soou o fim da aula... Ele tinha pressa.
Aos quinze anos, não via a gravidade,
o vento, as folhas como eu via...
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 03/03/2018
Reeditado em 30/04/2019
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