ANEL DA TERRA

Águas que nascem nas colinas descem virgens

Formando cascatas, águas poliglotas guiando

Garrafas pelos mares com mensagens cheias de

Paixões, águas no café forte, no café fraco

E nos lençóis freáticos.

Jogam em suas correntes o sangue de abortos

Provocados pelo letal bisturi manipulado pelos

Charlatões, água que movem engenhos presente

Na pia batismal, nas secas das capoeiras no alegre

Mergulho das ariranhas, H2O em nossas atividades.

As indústrias lhe dão mil rótulos minerais faturando

No vil metal o que era para ser de graça, ela será

Borrifada em suas extremunções, água anel da

Terra serpente de duas cabeças não venosa, dona

Do reino aquático matastes minha sede nessa prosa.

SAM MORENO
Enviado por SAM MORENO em 28/08/2007
Reeditado em 24/07/2018
Código do texto: T626960
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.