ANEL DA TERRA
Águas que nascem nas colinas descem virgens
Formando cascatas, águas poliglotas guiando
Garrafas pelos mares com mensagens cheias de
Paixões, águas no café forte, no café fraco
E nos lençóis freáticos.
Jogam em suas correntes o sangue de abortos
Provocados pelo letal bisturi manipulado pelos
Charlatões, água que movem engenhos presente
Na pia batismal, nas secas das capoeiras no alegre
Mergulho das ariranhas, H2O em nossas atividades.
As indústrias lhe dão mil rótulos minerais faturando
No vil metal o que era para ser de graça, ela será
Borrifada em suas extremunções, água anel da
Terra serpente de duas cabeças não venosa, dona
Do reino aquático matastes minha sede nessa prosa.