"Pouca castidade"
"Quero sua risada mais gostosa, desse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa. Quero, sua alegria escandalosa, vitoriosa por não ter vergonha de aprender como se goza. Quero toda sua pouca castidade, quero toda esta vontade de passar dos seus limites e ir além, e ir além. "
Ivan Lins
A imponência da minha certeza faz-me alvo do ímpio e da
sua vil vigilância. Dela fortaleço-me, fustigando toda a indolência que a minha volta reina.
Meu espaço: demarcação insolente jaz! Escancaro meu ópio em sutis vocábulos. Força emana, juncos à deriva em inquietos mares.
A rispidez que me lançam desvia-se. Imatura, levo-a ao chão, piso e fustigo-a.
Do amor ao ódio, segundos bastam. Transitam por mim sentimentos dúbios, ou será a sobriedade do meu pensar o verdadeiro estorvo?
Ama-me, na mediocridade da impunidade. Odeia-me venerando minha “pouca castidade”.
Sê terna enquanto branda vive!
Cative-me ou menospreze-me, sejas então verdadeiro. Viverei, independente.... se cá me ama ou se lá me odeia.