O som da pequena orquestra invadiu o salão e logo os casais se formaram, para em seguida, bailarem envolvidos pelo som de lindas e antigas canções.
A mocinha sentada num canto, quase no fundo do salão, observava tudo com emoção, a aura romântica espalhava-se pelo ambiente, as melodias eram lindas. Certamente ela não havia ainda nascido quando aquelas canções foram compostas, mas percebia-se que as conhecia - com certeza as ouvira em outras festas e casa de familiares. Seus olhos lacrimejavam, enquanto os dedos, em toques suaves e nervosos, tamborilavam na mesa como se estivessem tocando juntos. Em certo momento, ela levantou-se vagarosamente e atrás da cortina do palco ficou uns instantes. De repente, subiu os três degraus e adentrou ao tablado onde luzes piscavam. Quase ninguém notou, apenas os músicos que continuaram a executar seus instrumentos sem atenção ao fato que ali acontecia. Seguindo em direção ao piano, sentou-se ao lado do rapaz que o tocava, ele estava num banqueta suficiente para que coubessem duas pessoas magras, espremidas, mas confortáveis. Os dedos dela logo começaram a dedilhar os acordes e juntos, a quatro mãos, ficaram tocando toda a seleção. Quando esta terminou , os aplausos vieram, nem ela mesma soube explicar aquele ato que fizera, parece que acordara de um sonho, mas tudo fôra bem real. Nunca houvera tocado com partituras para orquestra e muito menos a quatro mãos, num evento dançante onde os ritmos eram mudados a cada instante. O pianista, no breve intervalo quis conversar com ela, mas já era tarde para isso. Assim como apareceu no palco, sumiu pela lateral do mesmo. Ele não conseguiu ir atrás e o baile continuou.
Já fora do salão, ela ouvia outras canções e com o coração alegre seguiu em direção ao seu destino. Levava na mente a lembrança dos pais, tios, avós e daquelas melodias românticas que a maioria dos mais jovens nunca ouviram. O som foi ficando cada vez mais longe e a cada passo que dava pela noite adentro, sorria para a lua, cúmplice que a iluminava sem nada questionar.
26/02/18
https://www.youtube.com/watch?v=_MLI_sCgI7c
A mocinha sentada num canto, quase no fundo do salão, observava tudo com emoção, a aura romântica espalhava-se pelo ambiente, as melodias eram lindas. Certamente ela não havia ainda nascido quando aquelas canções foram compostas, mas percebia-se que as conhecia - com certeza as ouvira em outras festas e casa de familiares. Seus olhos lacrimejavam, enquanto os dedos, em toques suaves e nervosos, tamborilavam na mesa como se estivessem tocando juntos. Em certo momento, ela levantou-se vagarosamente e atrás da cortina do palco ficou uns instantes. De repente, subiu os três degraus e adentrou ao tablado onde luzes piscavam. Quase ninguém notou, apenas os músicos que continuaram a executar seus instrumentos sem atenção ao fato que ali acontecia. Seguindo em direção ao piano, sentou-se ao lado do rapaz que o tocava, ele estava num banqueta suficiente para que coubessem duas pessoas magras, espremidas, mas confortáveis. Os dedos dela logo começaram a dedilhar os acordes e juntos, a quatro mãos, ficaram tocando toda a seleção. Quando esta terminou , os aplausos vieram, nem ela mesma soube explicar aquele ato que fizera, parece que acordara de um sonho, mas tudo fôra bem real. Nunca houvera tocado com partituras para orquestra e muito menos a quatro mãos, num evento dançante onde os ritmos eram mudados a cada instante. O pianista, no breve intervalo quis conversar com ela, mas já era tarde para isso. Assim como apareceu no palco, sumiu pela lateral do mesmo. Ele não conseguiu ir atrás e o baile continuou.
Já fora do salão, ela ouvia outras canções e com o coração alegre seguiu em direção ao seu destino. Levava na mente a lembrança dos pais, tios, avós e daquelas melodias românticas que a maioria dos mais jovens nunca ouviram. O som foi ficando cada vez mais longe e a cada passo que dava pela noite adentro, sorria para a lua, cúmplice que a iluminava sem nada questionar.
26/02/18
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