EUFORIA
Euforia!
Esse estado que me lança à correnteza;
me sequestra o quieto;
Que me quer profano.
Faz-me acreditar que em vida tudo posso;
e que tudo encontro.
Euforia!
Esse surto que me ateia a sua chama;
que me quer aceso;
me incendeia o santo;
e me traz espadas pra furar rochedos;
me atinge de encontro.
Euforia!
Essa tinta que desmancha a minha pele;
que me tinge o parvo;
pinta meu sapato
e eu descalço o mundo tórpido e apertado;
me passo do ponto.
Eu faria!
Todas as escolhas que me fossem claras;
me rezassem terços;
que me tutelassem
e salvaguardassem todos meus trejeitos;
cessasse o confronto.
Eu floria!
Sempre que um outono me quedava a alma;
me roubava a trama
partilhada em salas;
toda vez que, absorto, me recuperava;
me abrandava o tonto.
Calmaria...