EUFORIA

Euforia!

Esse estado que me lança à correnteza;

me sequestra o quieto;

Que me quer profano.

Faz-me acreditar que em vida tudo posso;

e que tudo encontro.

Euforia!

Esse surto que me ateia a sua chama;

que me quer aceso;

me incendeia o santo;

e me traz espadas pra furar rochedos;

me atinge de encontro.

Euforia!

Essa tinta que desmancha a minha pele;

que me tinge o parvo;

pinta meu sapato

e eu descalço o mundo tórpido e apertado;

me passo do ponto.

Eu faria!

Todas as escolhas que me fossem claras;

me rezassem terços;

que me tutelassem

e salvaguardassem todos meus trejeitos;

cessasse o confronto.

Eu floria!

Sempre que um outono me quedava a alma;

me roubava a trama

partilhada em salas;

toda vez que, absorto, me recuperava;

me abrandava o tonto.

Calmaria...

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 26/02/2018
Reeditado em 11/03/2018
Código do texto: T6264480
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