A desigualdade é um fato.

“Comece bem a sua corrida, para poder ‘sobrar’ no final”.

Sabe aquela busca diária por conteúdo que agregue valor, autoconhecimento pessoal, profissional e espiritual. Eu digo a busca por uma metanoia multifacetada.

Praticamente uma corrida de recuperação onde, se quiser resultado, terá que mostrar quem é de verdade.

Aproveitar os últimos metros/anos para, quem sabe, num sprint alcançar o almejado, o desejado, o desejável pensando na relação ‘idade x mercado de trabalho’, que às vezes nos cobra apenas um certificado.

Tudo isso porque você percebeu no decorrer dessa corrida que sua largada não foi satisfatória e que ainda vacilou entre a falta de concentração e os holofotes. Não ouviu seu treinador/coach e nem tampouco assumiu a responsabilidade de correr atrás do que lhe faltava, por si só ou num ato de rebeldia.

E na reta final eis o insight! E cada qual com sua motivação, mas quando a água bate no ‘bumbum’ meu amigo/a... o menino/a tem que aprender a nadar!

E haja coração! Pois o tempo é curto e muitas vezes já não estamos sós.

Nessa hora a resiliência se faz necessária e os ajustes são em geral mais complicados; esposa, filhos, chefe, estudo, lazer, igreja...

E aqui, neste cenário, só os fortes prevalecem.

Dizem que as oportunidades estão aí para todos.

Só que neste quesito há um ponto paradoxal sobre ‘estas oportunidades’ que irá patentear o significado de ‘forte’. Vamos lá!

Meu filho, aos dez anos, estudou em um colégio bilíngue conceituado na minha região. Importante informar sua condição de bolsista, já que minha esposa estagiava pedagogia naquele local.

Dentre tantos benefícios me lembro do seu acesso a clássicos da literatura como: Ilíada, A odisseia e outros nacionais. Assim como, sua orientação sobre empreendedorismo aos dez anos de idade.

Por motivos alheios a nossa vontade minha esposa não foi efetivada, perdemos a bolsa e meu filho a oportunidade.

Teve que ir para o ensino público, dada a triste realidade e desigualdade social.

E por lá não perdeu apenas o rico conteúdo oferecido, mas o básico também.

Em um corriqueiro acompanhamento doa seus estudos, nos demos conta de que para aquele ano letivo não se lecionaria matérias como geografia e ciências. Ele teria apenas noções sobre aquilo, e na verdade nem teve por conta do excesso de paralizações e falta dos professores.

A literatura e o empreendedorismo sequer passariam naquela calçada.

Ele teria que, de maneira autodidata, enxergar sua ‘odisseia’ no retorno ao lar e avaliar o perfil de empreendedor analisando um vendedor de churros que havia por ali.

Lesado por um sistema educacional falido.

Repito: “Só os fortes prevalecem!”.

A maioria sobrevive, porque apesar de ‘as oportunidades estarem aí’, diante deste cenário real e atual, é preciso ser ‘forte’.

Suprimida a possibilidade de desistência na reta final desta corrida, sejamos fortes!

Pois ao término teremos condições de orientar os nossos, quanto à importância de um início consistente e dedicado, apesar das dificuldades ou por causa delas!

Marcio Tadeu