ABRAÇO E SAUDADE

Abraço, caminhando pelo parque na manhã de um belo dia ensolarado, depara com Saudade sentada e com olhar distante, senta-se ao lado dela. Ficaram alguns minutos calados, logo depois, Abraço indagou:

- que tristeza é essa? Saudade muito carente começou a falar pausadamente:

- Hoje acordei cheia de melancolia, consternação de uma família que servi até última geração, ontem partiu o último membro.

E por falar em melancolia, tenho algumas curiosidades a seu respeito Saudade pode expressá-las! Abraço, respondeu Saudade:

- porque tem várias personalidades? Tenho sentimentos, você não sabia?

- Quando estou junto de alguém que sofreu uma paixão, essa pessoa teve momentos felizes ou tristes, então, de quando em quando sinto a presença desses instantes. O que eu gosto mesmo é vivenciar reunião de famílias alegres, estas sim, dá prazer e encher o peito de entusiasmo, volta e meia alguns membros da família se encontram e comentam a presença com alegria os eventos passados. Prá falar sério, não gosto do momento em alguém vai para lugares distantes. Outras situações que me perturba, embora seja necessário e um dever legal, a pessoa que infringiu a lei, quando é condenada e tem que cumprir pena. Também me deixa muito triste a hora que alguém passa dessa vida para outra vida. Continuou Saudade:

- O que me diz de sempre estárem todas festinhas, nas reuniões, jogos de futebol, nas igrejas, nas escolas, nas chegadas de viagens, enfim, em todas ocasiões propícias. Mas também, existem os que ti usam para oferecer consolo, e o mais grave é servir da sua bondade para você abraçar com fingimentos. Interrompeu o Abraço:

- enumerando meus atos assim, será que você não está com ciúmes?

- sim, estou mesmo, respondeu Saudade.

Logo que respondeu, Saudade osculou-lhe a face, e pronunciou o que abraço mais desejava, eu te amo. E continuou Abraçado com Saudade, dormiu. Foram suas últimas palavras.

Pela primeira vez SAUDADE sentia um verdadeiro abraço do ABRAÇO.

Na vida é assim, o verdadeiro abraço mata saudade.