Um Livro Chamado SOLIDÃO
S
Saber não sabendo que se sabe é uma possibilidade de sermos mais felizes. É grandioso e angustiante.
O conhecimento, em sua essência, traz a angústia de mais conhecimento na vã esperança de que aquela passe. A angústia é inerente ao ser humano, é o que o caracteriza como tal. Advém do conhecimento. Este é simples e duradouro, não é capaz de exterminar todos os males se o indivíduo assim desejar.
Este livro é grande e angustiado motivado pelas pressões fisiológicas de um corpo e a solidão aterradora de uma alma! Como isso pode ser grandemente egoísta (e o é!).
A escrita se faz neste momento mediante a necessidade extrema do grito que não acontece porque não há ninguém que possa ouvi-lo e a garganta aflita fecha-se e impede o estrondo. A escrita é uma angústia. É o resultado da falha de todas as outras formas de comunicar. Nela, ninguém interrompe, ninguém discorda. É o espelho silencioso do Narciso-Escritor. Uso este espelho agora e digo o que é bom e ninguém contesta. Mas isso não é mais suficiente. É preciso Outro para dizer, quero ouvir o Outro. Quem dera então o espelho falasse sem minhas mãos!
Não precisar é preciso!