Em linhas definitivas

Não basta não se lembrar...

para se ter esquecido,

já deixei de pensar...

não valeu,

já caminhei pelas orlas da insensatez,

e não a esqueci,

falei com o resto da paisagem,

discutimos causas dos que partiram,

mas você, engendrando o novo,

continuava presente,

a mente, como impiedoso algoz,

teimava em manter, em mim...

sua voz,

assisti, reiteradas , e lancinantes vezes, painel,

retratando começo, meio e fim,

não basta calar, para não ouvi-la,

tudo gravado em infinitos decibéis,

fomos roteiro, e ainda que não reeditados,

fomos a gênese do nosso viver,

não basta alterar protagonistas,

não é assim que eu vou me esquecer.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 16/02/2018
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