Há Poemas
Há poemas que são nossos
Gosto de frutos, duros como ossos
Há poemas que são de dias
Amanhecem por dentro, são sois a pino
Há poemas que são clandestinos
Falam do outro, nos proíbe de senti-los
Há poemas que são fins de noite
Olham no relógio, nos temem os olhos
Há poemas que são vagabundos, sujos
Sentimos desejos, nos seduzem as carnes
Há poemas que não são nossos
Os escrevemos, mas não nos pertencem
Há poemas que são somente nossos
Doem na alma, nos faz rodopiar
Tudo num instante infinito.
Milton Oliveira
15fev/2018