Reconciliação
Procurei pelas palavras,
Mas não as encontrei.
Tentei buscá-las no vale infértil de meus pensamentos,
Mas não as trouxe.
Pedi a elas que gritassem os meus sentimentos
Mas não me obedeceram.
Implorei-lhes a presença,
Mas não fui atendido.
Frustrado, sentei-me a beira do caminho.
Passei a observar.
O empirismo deste momento
Mostrou-me algo surpreendente:
As palavras que procurava
Sim, elas mesmas,
Dançavam empurradas pelos ventos,
Nas folhas verdes e coloridas.
Voavam nas asas dos pássaros
Que nem as percebiam.
Depois do crepúsculo as vi
Brilhando nos pirilampos
E no orvalho sobre a relva
Estavam sutilmente rodeando a lua e as estrelas
E displicentemente esperando serem notadas
Então, entendi que elas não me são intrínsecas
Mas estão a minha volta
Que palavras não vem de longe
Fluem em nosso meio como brisa de outono
Que são perfeitas e estão em sintonia
Como o côncavo e o convexo
Que somam-se e fundem-se
Como nuvens e montanhas em dias de inverno
Então, feliz, me reconciliei com as palavras.