Reconciliação

Procurei pelas palavras,

Mas não as encontrei.

Tentei buscá-las no vale infértil de meus pensamentos,

Mas não as trouxe.

Pedi a elas que gritassem os meus sentimentos

Mas não me obedeceram.

Implorei-lhes a presença,

Mas não fui atendido.

Frustrado, sentei-me a beira do caminho.

Passei a observar.

O empirismo deste momento

Mostrou-me algo surpreendente:

As palavras que procurava

Sim, elas mesmas,

Dançavam empurradas pelos ventos,

Nas folhas verdes e coloridas.

Voavam nas asas dos pássaros

Que nem as percebiam.

Depois do crepúsculo as vi

Brilhando nos pirilampos

E no orvalho sobre a relva

Estavam sutilmente rodeando a lua e as estrelas

E displicentemente esperando serem notadas

Então, entendi que elas não me são intrínsecas

Mas estão a minha volta

Que palavras não vem de longe

Fluem em nosso meio como brisa de outono

Que são perfeitas e estão em sintonia

Como o côncavo e o convexo

Que somam-se e fundem-se

Como nuvens e montanhas em dias de inverno

Então, feliz, me reconciliei com as palavras.

Wilsonfiodideus
Enviado por Wilsonfiodideus em 14/02/2018
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