ELE NÃO ME BATE


Ele não me bate, mas me obriga a fazer sexo com ele, mesmo sem vontade. Me obriga a fingir prazer, e quando está saciado, me humilha.

Ele não me bate, mas na frente dos amigos, eu só sirvo para fazer os petiscos, lavar a louça, limpar a casa. Dele eu sou apenas a empregada.

Ele não me bate, mas no meio da rua, olha para outras, deseja outras e me faz sentir a pior mulher que existe no mundo. E eu não posso reclamar nada.

Ele não me bate, mas se eu reclamar de algo, ele me chama de louca, idiota, ridícula, e diz que eu tenho sorte, por ele ainda me querer. Outro no lugar dele, segundo ele, não iria me querer.

Ele não me bate, mas se eu usar uma roupa curta, ele me manda tirar na hora, diz que estou vulgar e me insinuando para outros homens.

Ele não me bate, mas já levantou a mão.
Ele não me bate, mas as críticas dele me levaram a depressão.
Ele não me bate, mas me olha com olhar de raiva, de ódio.
Ele não me bate, mas o jeito como ele age, é como se batesse.
E bate... Na alma!


 
Nota de observação: Baseados no cotidiano de mulheres vítimas da agressão doméstica. Violência contra mulher é crime, denuncie.
Disque 180.
 
Intensidades
Enviado por Intensidades em 14/02/2018
Reeditado em 23/02/2018
Código do texto: T6253516
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