Pequena prosa matinal sobre o universo...
É claro que o corpo perece. Essa é a vocação de toda matéria. Fatal? Fatal assim. Por ora, sem direito a titubear. Mas desconfio que todas as vezes que os poros de um corpo se abrem, o universo inteiro o atravessa. Poesia? Dê o nome que quiser. Mas sinta. Mergulhe. Corra e escorra. Salte e vibre. Torça e contorça. Grite, se precisar. Ou simplesmente silencie, movimentando todas as suas células. Mas se integre ao segredo do universo, essa teia que nos une a todos. Em milhões de anos, quando, talvez, os calendários já estiverem até exterminados, enquanto vida houver, a existência de um corpo que se deixou atravessar ainda será sentida...