A Maior das maiores
Sonho não traz comida, mas desenruga a testa franzida pela desesperança, acomoda o corpo cansado junto ao riacho cristalino.
Ah!nascente do Rio Ganges, que mata a sede dos ribeirinhos de alto a baixo! Daqui te vejo, te sinto, faz a alma incorporar a possibilidade de paz na luta, essa que não permite o descanso!
Imaginação! não me esqueceste! Tem sido válvula de escape para aliviar o cansaço! Não deixe de me oferecer vaga nos hiatos do tempo para a viagem instantânea!
Tudo é possível! Pela visão imaginária sinto a calmaria, subo a cordilheira Himalaica íngreme que os antepassados trilharam como caminho de casa, o sol escaldante não é maior que a brisa gélida que traz de longe o som inaudível de mundos distantes, levando a intuição tocar o tamborim que conforta o coração, revigorando sua tenacidade, fulgor que confirma a rota, estar longe, e ao mesmo tempo perto dos amigos irmãos, os que se foram, e daqueles que ainda estão, aqui e acolá, insistindo em manter acesa a Lei do Amor.
A mente que diz eu ser esta que rumina esperança, me aproxima das solitárias flores nascidas entre as rochas no mais alto pico do maior dos maiores platôs, fragrâncias inconfundíveis. Dali, mato a sede, águas, que também brotam por entre rochas, matando a saudade.
Ó! Quando estou ali, reencontro com a identidade imutável do lugar, portal intransponível para a razão, ego que perde valor de troca, solitude que deixa a alma na espera, pedindo ser recebida, achada. Sinto convocada a aceitar continuar fazer parte de lá e cá.
A neve dali é diferente. O frio cortante...paz.