IN QUA NATUS SUM
No dia em que nasci! Eis que do céu não sei se desci.
Ou do inferno eu subi...
Porém eis que eu nasci.
A vida emprestou-me as linhas em que traço.
Com o bailar das borboletas,envolvidas em meu abraço.
Quando chorei pela primeira vez.
Ouviu-se a mágoa de um eco mudo com a surdez.
As lágrimas me deram contas tão distantes.
Que estas lágrimas guardei,feito pedras em diamantes.
Aqui estou,aqui nasci!
No espaço perdido em si...
Com o escândalo de inconstantes...
Pesa-me o peito,ao ver o mundo desfeito.
Nestas estradas de barbantes...
Quando eu cai em mim...
sentia o perfume de um jardim.
Que convidava-me à vida realizante.
Vive! Vivo,passo a passo,elevando a mente.
Chamaram-me de descrente.
Por amar e ser amante.
Vivo ainda hoje,a vida que do céu me desce.
Estou num prefácio que prevalece.
Lendo o livro inacabado.
Sem sentir-se abandonado,
Por isso tudo tenho meditado,
Corre-me nas veias a poeira da areia,
Que o vento sopra e foi soprado,
Pelo ser iluminado,nas praias da solidão...
Pulsa e bate forte,a navalha no coração...
A realizar-me em tudo e por todos com devoção.
Nasci,vivo,ainda resvalo o triste canto,
Nas malhas frias de um falso santo,
Se de cima vim ou debaixo " Ubi Natus Sun"
Não recordo de lugar algum,
Aonde vive mais pelo acalanto,
De um pássaro triste,
Que DEUS não desiste,
De envolver-me em teu manto...
E se me vem pela trilha a escuridão.
Despertarei nadando em paz,
E meditando cada vez mais.
Imponente sobre o meu caixão...
Pois sou mais que simples pó.
Contudo nem esse vive só,
Mesmo em frente a ingratidão...
Meu sorriso é raro e caro.
Fácil porém de obite-lo.
O que não é facil é detê-lo.
Pois enquanto vivo eu encaro.
O babante sem novelo.
Paz e benção e o que a todos desejo.
Porque nas voltas que o mundo dá.
Um dia todos iremos nos reencontrar.
Na alegria abençoada.
De um peregrino sem nada,
Mas com tudo para oferecer.
E eu direi de alma abrandada:
Lembre-se Senhor,daquele que se deter.
Nas ilusões,que desiludem.
Antes que alguns se afundem,
Nas imperfeições que se quer reter.
Amigos,vivamos a vida lendo sempre dela o prefácio.
Sei que não é fácil,mas iremos aprender,
Que mesmo diante dos tropeções..
Que a VIDA é uma constante leitura,
Com doce ou amargura.
Sem chegarmos às conclusões!
Muita Paz!
Autor: Marcelo Caetano.