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Depressão


Estou me olhando no espelho,
Mas, não sou eu ali...
Quebrem o espelho,
Ele está me roubando de mim!

Vocês me conhecem...
Embora não pareça,
Ainda sou eu aqui.
Mas, estou em fuga...
Escondo-me desse mundo de horror!

Por que não me deixam em paz?
Não quero mais vê ninguém,
Dispenso o amor e tudo o mais,
Fazer a passagem...
É tudo que ainda me atrai.

Não faz mais sentido,
Continuar assim .. sem vida,
Só resta a mim a partida...
Ou seguir essa triste sina!


Estou perdida nesse labirinto,
Aqui é um abismo,
Nada mais me anima.
Reclusa ei de ficar...
Até quando me encontrar.

Por que viver esse simulacro de vida,
Em que nada mais me fascina?
Do que vocês tanto riem?
Por que não acho graça?
Toda essa alegria, em mim é nostalgia.

Medo, desilusão,
Incerteza, angústia,
Ansiedade e solidão,
Sigo assim: dia sim... dia não.

O sol perdeu o brilho e
Já não me aquece,
A lua só me aborrece,
Nada mais me apetece!

Todos me olham...
É pena? Desgosto?
Pensam que tenho um encosto...
Que sou fraca porque não reajo,
A decepção vejo nos rostos estampada!

Uns me ignoram,
Outros, me sondam...
Será que ela está fingindo?
Será que ela está doente?
Ou quer chamar atenção?

Como explicar algo que dói,
Que fere sem marcar,
Que nunca cicatriza e
Se renova a cada acordar?
Prefiro dormir e sonhar.
Hoje não vou me levantar.

Está tão impregnado em mim...
Que faz eu ser o próprio mal que carrego,
Nessa imagem ambulante que me persegue.
Não... Não sou eu ali no espelho...
Quebrem os espelhos...
Eles roubam almas!





* Não confunda a autora com a obra.