Quadro triste

O vazio emoldurado, fica na mente feito um quadro surreal. Imagens distorcidas retratam combinações confusas, quem pode translucidar os traços inacabados? A alma se banha nas tintas estranhas, escorrem de um colapso dolorido, quem pode avaliar tudo isso? O vazio pesa numa bolha poluída de cinzas numa tarde nebulosa, os olhos esgotam em emoções chorosas, quem pode apagar todas as nuvens tempestuosas? O quadro escorrendo de uma parede solitária, aguarda um olhar salvador, que resgate a beleza de uma obra sem definição ocular. O vazio transborda! A vitrola toca um blues dolorido, umas notas cortantes e o peito ( esse desprotegido ) chora silenciosamente. Quem apaga esse desenho mal feito? A parede gruda a luminosidade magenta, quem é que aguenta essa coloração comovente? O vazio emoldurado fica capenga, esperando olhos que reanimem essa fatalidade da dor desenhada. Expressão saturada da vida sem nada...

Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 04/02/2018
Reeditado em 04/02/2018
Código do texto: T6244934
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