Minha Rua
Minha casa era de esquina,
Numa rua que ainda me fascina.
São lembranças ...
Do meu tempo de menina!
Os dias eram de intensa barulheira,
Crianças corriam fazendo zoeira,
Jogar bola ou subir na goiabeira,
Era nossa aventura rotineira.
Éramos todos amigos e irmãos,
Mas, tinha um dedo-duro de plantão!
Nossas traquinagens e correrias,
Preocupação aos pais não trazia,
Bons tempos aquele... Em que não havia
A violência de hoje em dia!
Bastava a louça lavar, pra rua ganhar e
Só à noitinha pra casa voltar.
As mães já sabiam a hora de chegar,
Criança em casa era só quando adoecia!
À noite era outro tipo de brincadeira
Na porta de casa, no quintal ou na ladeira,
Um cai no poço ou um passa anel...
Era a hora das alcoviteiras!
Cada uma já sabia o objetivo esperado,
Fazer a amiga escolher o garoto desejado,
Assim, as mãos eram furadas,
Passava boi e até boiada!
Mas, também era possível,
Um esconde-esconde pintar
E a bagunça recomeçar,
Os pais para nos controlar,
Tinham histórias de fim de mundo
E de assombração para contar!
Qualquer mãe podia reclamar e corrigir,
As crianças eram de todos que viviam ali,
Puxão de orelha e sermão não faltava,
Mas, trauma isso não causava!
Castigo servia como exemplo,
E mesmo depois da vergonha,
Voltávamos a fazer tudo igual,
Com a cara de pau de sempre!
Que saudade da minha rua!
Rua que não era só minha,
Rua que era para o povo,
No tempo que o povo...
Era dono das ruas!
Nota da autora: Vi um poesia da Poeta Elissa Salles e lembrei-me de uma rua que marcou minha infancia, na casa de minha Tia Maria, na rua JK.