Quando bate
Quando bate
De quando em quando
eu encontro uma lágrima perdida em gaveta.
Outros quando eu percebo risadas que passam
pelo quarto em asas de borboletas.
As vezes encontro em palavras um grito eloquente, estridente e com fome.
De quando em quando percebo uma criança dormindo com cheiro de lençóis,
um adulto insone em seus caracóis.
Muitas vezes jogo pergaminhos ao vento permitindo que ele me traga cartas de uma desconhecida.
De quando em quando minha poesia fica esquecida, minha pele embranquecida,
mas uma voz aquecida vem ilustrar meu pensamento.
Outras vezes perplexo minha pausa,
com passos de valsa, sorriso e dores de mim...
E quando a lágrima seca, o olhar observa, a saudade aperta e a ilusão se tranforma em fim.
Mônica Ribeiro