Noite passada...

O vento abrandou, as folhas aquietaram

E a cortina do quarto, não esvoaçou

O frio da madrugada sentou ao lado da cama

Não adentrou as cobertas, nem o sonho tocou

Mas, as imagens coloridas, não voltaram

Fica esse coração, que tanto reclama...

Já lhe chamei atenção, pedi silêncio

Mas, parece não ouvir, grita impropérios

Como se amenizassem as dores, e ri...

Desvairada mente, que não mente; mistérios

Calafrios que percorrem os versos, os fios

As ondas tão finas, que também percorri

Noite passada, dormi, não sonhei, não chorei

Acalmei pensamentos, feito vento apaziguador

Que deixou o papel, no mesmo lugar da calçada

Que não varreu a rua, não derrubou o vaso de flor

Que beijou o sereno, e a pétala da rosa, estragada

De repente, naquela madrugada fria, serenizei.

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