Passarela do mundo
Mais um dia.
Hoje certamente eu sei o que fazer, mas, não sei o que fazer. Se trabalho, esqueço, se não esqueço estou na ação. Tudo combinado.
Corta tomate, coentro, cebola, temperos e cheiros, mas uma vez: Tudo combinado.
Não pode ser esbraveja Zézinho as loucas, e quem é ele?
-Ranzinza diz a esposa ao passar pelo seu ouvido, é isso que voce é, complementa.
Mas Zézinho não quer saber, liga a vida e pensa outra vez.
Nesse drama, eis que nem só de culto vive o homem. De súbito, como um trem que passa num caminho deserto, aparece um belisco nos lábios. Olha para o lado e, nada mudou.
Zézito, alcoolizado pelo lado humano de experimentar tudo sem poder privar nada. É ele fonte de confusão, da alegria súbita e sem explicação, e quantas mais,
.. passa Caneli, sua esposa e replica, em silêncio. Você está ficando doido, eu já disse.
Mas não tem tempo para palavras, ao voltar animado, zezito compreende o rito dos pássaros, o caminho do sol quando abre uma flor, e talvez, isso tudo de sorrir como as crianças que bombam nesse decorrer, é de novo, caminho da argumentação.
Então ri... vê que não é tão possível encontrar explicações para a vida, mas aí vem a questão inicial, então, o que fazer, pensar, trabalhar?
Que vamos então, felizes dessa versão que desliga a outra, isso acho que zezito pode dizer, sob o risco de pecar na maluquisse,
Salve ohh Divino, que abre a flor e faz rir, aqui, - me acabo!