DELÍRIO E LOUCURA.
O meu coração esta dizendo que sim
Que a ama perdidamente
Que a ama como nunca antes amou
O meu coração em silêncio me revela
Conta-me todos os teus segredos
Tudo o que se imagina na alma humana
Ele sussurra sua poesia pela manhã
E pela tarde colhe seus versos de amor
Sou portanto, este sonhador errante
Caminhado a esmo, ao sabor dos ventos
Sou esta sombra esquia a te seguir
Te desejando cada vez mais
Intensamente, loucamente, sempre mais
Sou o seu poeta das madrugadas
Escrevo tudo sobre você sem nada saber
Meus versos são meus enigmas
Meus versos são passagens secretas
Esconderijos para outras dimensões
Meus versos... Meus insanos versos
Dizendo um pouco de tudo
Em um pingo de nada
Talvez eu enlouqueça essa noite
Ou talvez eu nunca enlouqueça
Quem saberá afinal
Não sou mais quem penso ser
Não sou mais quem desejo ser
E nunca serei quem eu deveria ser.
O beija-flor, aquele mesmo de outrora, pousou em minha janela outra vez, e como sempre faz, dançou para mim. Ao final de sua dança majestosa, pousou em meu ombro, soprou palavras doces em meus ouvidos, meu coração quase derreteu. Logo depois ele voou, e não mais o vi, é sempre assim, o beija-flor surge de repente, e da mesma forma vai embora.
O fim de tarde veio rápido, nuvens pesadas assomavam-se ruidosas no alto do firmamento. Em silêncio, solitário, eu chorei novamente, foi devido a dor, de viver, de não ter, de tanto querer. Sinto-me um completo fracasso, e a dor que atina aqui dentro está cada vez mais intensa, e tudo se complica a cada novo dia. Tudo isso devido ao beija-flor, aquele mesmo de outrora, é a ave do Olimpo, é a Afrodite, uma Vênus.
O dia seguiu seu curso normal, das nuvens pesadas fez-se raios, dos raios os trovões, e dos trovões torrencial chuva, que não demorou muito a passar. Sentado no topo do meu castelo, eu apenas observava o reino, e observava a cada súdito com suas invejáveis vidas tranquilas. Eu sou apenas uma mancha na parede desse castelo de cristal.
Sobre o manto escuro da noite
E os ventos fortes do verão
Sobre a tênue luz de poucas estrelas
Espalhadas no silêncio do véu
Navega na dor meu coração
Errante neste mar tempestuoso
Sendo jogado no quebrar das ondas
Vou navegando sem ter esperanças
No oceano de teus meigos olhos
Perdidamente apaixonado
Me entrego ao delírio e a loucura
Ao fitar a majestosa formação
De curvas tão perigosas
Em cada centímetro de sua beleza
A sua doce face de anjo ledo
Com lábios de divina tentação
Deixando os meus, resignados peregrinos
Na suplicante é incessante adoração
Por um minuto de seu amor
Por um único beijo seu,
Satisfazendo meu desejo insano.