UM CANTO DE ADEUS...
Cá de cima,
Não é apenas a tarde
quem,
num silêncio aturdido...
e num indescritível colorido,
daqui se despede sem volta.
Lá embaixo,
também há um caminhão de mudanças,
velho e emperrado,
que parte para o desconhecido.
Um Bem te Vi soa, outro responde...e mais outro...
E um cachorro late desenfreadamente assustado.
Ouço um motor de arranque
que parece não querer ir,
e as lembranças...eu sei...
jamais conseguirão ficar.
Um dia,
eu também acreditei poder partir
de mim!
Então, o caminhão desce a ladeira...
devagarzinho...
pisoteando pedaços de Ipê-Amarelo
e resfolegando a fumaça
do que não existe mais.
E deixa atrás de si, apenas a fuligem
da negritude do ontem...
Mas mesmo assim,
um Bem Te Vi canta...de novo...