PEDREIRA

Eu queria ser pedreira,

não de pedra,

de construção.

Eu queria como profissão.

Meu pai era construtor, e muito me ensinou,

escolher a melhor enxada, a pá e o carrinho de mão.

Eu queria ser pedreira, não de pedra de cachoeira.

E queria como profissão.

Mas, meu pai também me ensinou, que mulher não tem calo nas mãos.

Que mulher é como uma flor.

Eu queria ser pedreira, não de pedra, de amor.

Mas, aprendi a vida inteira que mulher não pega pesado.

Foi feita para construir ninhos, construção de muito carinho.

Que cada tijolo colocado é um sonho realizado.

Eu queria ser pedreira de construir sorrisos.

E aprendi com meu pai outro lindo ofício,

que não se perde com o vento,

nem com o tempo, nem no paraíso.

Eu queria ser pedreira, não de pedra, de sabedoria.

De tantos momentos vividos, de tijolos construídos.

de uma casa cheia de filhos, onde não tem tristeza.

Onde não falta o pão na mesa.

Eu queria ser pedreira e construir a vida inteira,

alegrias e poesias, eu queria todo dia.

Dalva Pagoto
Enviado por Dalva Pagoto em 23/01/2018
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