Para viver em estado de prosa com poesia
O vínculo é muito importante na formação do ser humano, isso é bom!
Hoje fui salva pelo imaginário, à natureza distante de menina me chamou para perto de mim. Lá longe fui buscar inspiração, fui escutar com orelhas grandes memórias de histórias dos livros infantis que me fizeram apaixonar pelas palavras escritas. Sim fui menina que se deixava carregar pelo lúdico. E essa memória me mantém viva, me alegra, me motiva... Olhar para traz e rever o antes quando o tempo tinha outro ritmo, outra cadência, tão mais leve, tão mais paz e amor alimenta-me de vida. Às vezes necessito dessa ajuda minha para romper a corrente, me deixo voltar lá, aonde tudo era como brincadeira. Nos livros infantis fui feliz. Quando descobri a magia das palavras, quando nasceu espontaneamente as primeiras criações da prosa com poesia, ali, mesmo sem consciência, nascia a educadora, que hoje entendo, educador não precisa ser formado em educação, educador precisa ter uma postura educativa, humanística. Hoje tenho essa consciência de ter nascido com essência educadora-comunicadora. Meu melhor momento de vida é o presente, mas no passado revejo minha formação educadora. Nos livros infantis vivi vidas imaginárias, pensadas, sentidas. No momento que me abracei aos livros fui salva da imposição da vida de menina sozinha. Viver o mundo das histórias, trouxe plena e instantânea felicidade. Ali aprendi que no mistério mágico das letras nascera comigo em essência. Os livros fascinaram meus ouvidos grandes, ali meu olhar questionador despertou para fora de mim. Com os livros aprendi a escutar e ver a realidade da vida. Tão estimuladora arte, vital à alma, a arte de escrever. Um dia pela vontade de não aceitar a rotina rígida, meu imaginário se abriu e levou-me para perto do mar de águas azuis esverdeadas da Bahia de Jorge Amado, tão bem interpretada pelo mestre Dorival Caymmi, O Mar, é bonito, é bonito demais. Mesmo inconsciente, ao ler as imagens dos livros infantis, nascia e crescia a vontade de fazer tudo diferente para todos os públicos: em curta, média e longa metragem. Nascia a vontade de escrever meu próprio roteiro. Um ato transformador dar a volta por si mesma, subir o grau de complexidade e viver a vida com empenho próprio, se escutar com profundidade e reconhecer em si mesma possibilidades de fazer com prazer o que gosta, escrever, escrever, escrever... De não aceitar pouco ou nada antes de tentar realizar-se. Insistir no sonho próprio, aquele mais gostoso de todos. Dar tempo de a vida acontecer com empolgação. Ir de pés no chão e cheia de imaginação atravessar os desafios nos versos, virar em qualquer esquina e mudar o rumo, se não estiver bom, mudar o jeito que está, mudar de lugar, sair do discurso. Contar alegrias e tristezas, nascidas de olhos morenos, contar, contar, contar, sorrisos e choros, de vida sem promessas, rica e valente de imaginação, fazer o que gosta para vida passar com encantamento e riqueza pelos olhos meus e teus...
página 4 : A escolha, ainda em construção