"Você"
Os escrúpulos desvaneceram-se na cólera do seu olhar, que sorrateiramente espreitava-me.
Seus gestos meus se tornaram, assim como o inebriante cheiro de sua pele, que no ar exalava, incitando-me.
Dispersa entre afazeres fomentou-me o desejo de escrever-te: rascunhei vocábulos libertinos e amenizei-os com minha narrativa. Dei-lhe vida entre linhas sensuais e escarlates.
Transpôs-se em palavras, homem provocante. Lábios indizíveis, voz em murmúrio ressoada aos ouvidos dispostos.
Em seu corpo, meu pecado anuncia. Transgredindo-me de mulher virtuosa à lasciva fêmea.
Antitética sensação que da terra levaste-me ao céu, conduzindo-me em atrevimento destro.
Teu és o meu desfrute, por ti dele nutre: amor, paixão e tesão.