Carta de Amor
Amor és oásis de mim
No jardim que quero estar
Tu fazes valer cada sim
Em tantas formas de amar...
Era uma vez... Para dizer que te amo. Para te dizer deste afeto, num chamego bom, um xodó descompensado como é mesmo para ser o pleno estado da paixão. Ah! Meu elo mais frágil, meu carinho mais querido, minha gratidão plena, amorosa, meu maior cuidado. Meu zelo fraterno, minha frágil e preciosa felicidade. Corpo manso, pele e tato no contato de nós, em nossos quereres. Meu amor já temos tantos desertos em nossa vida, e afinal podemos ser oásis um do outro. Assim vencer distâncias, vazios, extremos. Sentidos entre o calor e o frio. A sede, a fome, o suor, o vento e poeira, a secura... As feridas da vida nos desertos que passamos, o desejo da cura nas miragens.
Hoje tu que és meu oásis fostes a minha miragem, a mais bela e promissora miragem.
Parecias perto, mas não estavas, parecias existir, mas eras ainda uma tênue promessa.
Hoje é o quando onde tudo começa, o Marco Zero para tudo: o bom, o ruim, o belo e o feio. O prazer e a culpa, as perdas e ganhos, tudo passado. Alegria do meu hoje é você comigo. Também, mesmo agora, você já é a beleza do amanhã, neste presente que é saudade... E pensar que era isso mesmo que eu queria, quando ainda nem sabia que existias.
Prosa de Ibernise em 'Carta de Amor’
Barcelos (Portugal).09MAR2015