Tudo Barro o Resto é Sopro
O prazer absoluto da felicidade do ser está também no toque, na pele, no abraço, no beijo com sabor dos fluidos mais particulares, no suor, no cansaço, na palavra de carinho ' meu amor, minha (meu) querida (o). Tudo isto pertence a essência humana da satisfação do desejo do ato de amar, numa trégua rara e serena entre o corpo e a alma. O resto as máquinas já fazem. Ainda bem que resta aos humanos algum valor, que entre tantos outros valores lhes conferem humanidade. Se assim não fosse seríamos só deserto de seres e sentimentos.
Talvez esta sensação de necessidade de completude entre corpo e alma já existisse. Talvez antes de tudo. Antes muito antes quando o corpo ainda não era corpo era só o barro antes do sopro e a alma antes de ser alma (sopro divino e supremo da vida). Mesmo nos primórdios quando ainda os 7 elementos (água, ar, terra, fogo, alma, divino e mistério), não haviam ainda se juntado. Porque esta energia entre tantas formas de humanidades perpetuadas até hoje, e no amanhã, estão nesse enquanto que é viver não só uma vida, a sua vida, mas viver a vida de todos os seres em um só ser vivente que afinal são dois, transformados, plasmados no amor em apenas um.
É interessante, descobri-se afinal em coisas que já se sabe , mas é bom de vez em quando lembrar novamente. É como sair de uma caverna escura s nenhuma noção e ver a luz e tudo que se torna possível num ser iluminado. Será esta luz o sumo bem? Não sei. Tenho que pensar mais um pouquinho.
In:'Tudo Barro, o Resto é Sopro'prosa de Ibernise.
Barcelos (Portugal), 12SET2014