O apaixonado
Ele era um apaixonado incorrigível vivendo num mundo sem amor
Logo, ele nunca conheceu o sentimento de verdade
Apenas imaginava como devia ser.
Escrevia e recitava e declamava
Para o vento e diante do espelho
Como se fosse, de todos, o maior conhecedor
E se sobressaía mesmo, porque, no fim, ninguém tinha visto o tal do amor.
Ele andava pelas ruas vestindo cores que vinham de dentro
Procurava nos olhares algo que não sabia bem
Da periferia do mundo até o centro
Queria descobrir de olho em olho o que é que tem.
Nunca saberia por certo o que havia dentro
E nunca entenderiam o brilho que lhe brilhava no olhar
Apaixonado como era, não faria diferença também ser entendido
Não faria diferença um e outro motivo encontrar.
Para ele amar era apenas amar.
Mas como amar sem saber o que é o amor? Se ele nem existe o que é essa dor?
Ame aí, o apaixonado responderia, e quando você amar terá sentido esta poesia.