Renovação
Uma folha de seda escrevi seu amor...
Depois de muito tempo percebí que a folha de papelão traduziu seu amor em verdadeira ilusão...
É se amar num espelho sem se refletir, o amor passa em seu cheiro mergulha e volta parecendo ser seu este perfume...
Quando escrevi seu verso de amor, as letras tremiam e as linhas sinuosas ficaram...
Hoje percebo que é seu verso, pois sua frente é desilusão, tristezas e contemplação á uma flor de plástico que muitas vezes reguei com água pura, cristalina de uma vertente astral...
O que fazer de tal miragem duradoura assim, essa sede que saciei de mim e só de mim transbordou...
Esses sucos invisíveis que somente o tempo filtra e nem percebemos o lamaçal em seus leitos...
E ainda do vaso plantamos um sorriso que cresce um abrolho e em nossos olhos pintamos pétalas em seus caules espinhosos...
Mas os sonhos não acabam, nem suas realidades...
Os pensamentos se tornam imortais nesta mortalidade de ações e desprezo...
E o rico amor estabelece fronteiras, todas abertas sem distinções...
Nada se fecha tudo é aproveitado, cada segundo, cada momento e cada esperança...
Não que volte, mas que se renove, sem dor...