Um paraíso bem alto
Subi, Subi, mas não voei.
Cheguei à Alto Paraíso, a cidade que faz jus ao nome me acolhe com uma chuva para banhar-me de encantos, por um recanto de belas paisagens. Naquele instante Roberto começou a cochichar no meu ouvido que além do horizonte existe um lugar, bonito e tranquilo exatamente todos os adjetivos que eu atribuiria à essa cidade.
Estico meu pescoço como uma girafa na janela para ver o que uma nave espacial fazia pousada ali, na minha savana não tem girafa, mas tem mangaba. E como uma criança ao salivar por um doce, minha imaginação entrou no disco voador e se dispôs a pairar sobre esse lugar, lugar este cercado de área verde o que inflou meus pulmões de ar puro.
Em busca de abrigo da chuva, corri para a pousada e estavam lá seus primeiros habitantes, suspeitei da receptividade dos anfitriões por meu carácter turista no local. Falácia que foi por terra, assim que passei a conhecer seus moradores, gente simples, porém muito simpáticos e solidários quando solicitados, nessa aventura espacial primeiro encontrei um herói, de codinome Sate, ama a educação e se faz um verdadeiro guerreiro com a quantidade de projetos e atividades realizadas, com o ensejo de ajudar e conscientizar seu povo a conservar o meio em que vivem. Mais a frente avistei um anjo, Dona Romilda, uma senhora que realiza um trabalho de outro mundo. Em sua associação realiza uma lista extensa de atividades impossíveis para meros mortais.
O meu guia de viagem cerrado adentro, denominado Rafael, se sentia tão à vontade naquele lugar que parecia apresentar pedaços de sua casa, cada passo dado com uma confiança e zelo de quem cuida do seu lar, uma das melhores características da população de Alto Paraíso sem dúvida é sua consciência de pertencimento ao lugar, eles reconhecem mais do que ninguém a beleza e a riqueza por detrás de galhos retorcidos e folhas secas. De repente a savana vira deserto e apresenta uma miragem, lá estava a fileira dos esguios buritis ao longo de um curso d’água, como guarda-costas daquele fio de água.
Os personagens dessa viagem não eram os alienígenas que eles acreditam existir, mas são seres que me abduziram com tanta receptividade e com uma culinária melhor que as receitas da vovó, um carinho e capricho nos pratos com toda a diversidade de sabores que o cerrado tem a oferecer. Outra característica local é a tranquilidade e calma que seus habitantes transmitem, o som é o canto dos pássaros a ressoar nos quatro cantos da cidade. Minha viagem chegou ao fim e eu acredito em extraterrestres, anjos, heróis e simpáticos personagens não eram imaginários, eles existem, e ai de quem falar que não viu um E.T em Alto Paraíso, basta olhar em volta, eles estão por toda a parte.
Eu desci, desci e pousei.