POEMA NEGRO
Nas chagas da mão que escreve,
há um desejo de livrar-se dessa dor.
Não é uma dor qualquer,
mas a que habita os limites da agonia.
A mão que escreve, como o lápis
desliza indiferente ao que a mente
e o coração lhe ditam
A mão que escreve indiferente
põe a mostra em letras indiferentes
a coisa causadora das chagas
e faz dela seu momento de catarse.