Somente Um momento! Por Favor!
Somente um momento. Por favor.
Não me levem a mal! o mau que porto é indefeso contra terceiro. Não me apetece pensar no bom.
É a teimosia que me apodera de achar que o mal tem chance de não prosperar.
Falo, ébria da esperança, que o futuro pede e sugere pressa, para abandonarmos o mau que os tempos nos impeliu contrair.
Vem de fora o mal, causando mau estar dentro, adoecendo o juízo, a vontade e o sorriso, a tesão, o estado desperto para a paixão, o desejo, o amor sobre qualquer suspeita.
Não se tornarão nem mais nem menos expostos ao mau estar, insistirem, como salva vidas da vontade inexaurivel, convoco os para comigo agirem em beneficio proprio no resgate da clara luz que existe alem do subterrâneo dos nossos interiores, que está ofuscada pela escuridão provocada pela necessidade do ter, da dúvida, da fadiga, do cansaço e do medo.
No silêncio do coração , na amizade limpa e desimpedida com a propria intimidade, esperancemos, somente isto! que seja revelado o que afastará as personagens das trevas , habitantes do interior, cobiça, inveja, solidão e outros males.
Suponho que se brotara no homem, o fogo divino que trará o reluzir do indescritível e indestrutível direito natural que temos de vivermos como humanos. Pressinto que emanará dentro de nós, ficará nítido para uso.
Acredito, nesta solitude do pensar, que poderemos assumirmos a condição de deixarmos, sem vontade de retorno, o estágio que vivemos embriagados, a face instintiva e robotizada que está nos conduzindo como zumbis à autodestruicao, levando todo trabalho à estaca zero quando formos daqui.
Imagino, daqui do toucador, iluminado por uma lamparina amiúde, a festa entre os homens, confraternizando o resgate da vida, dispensando o personagem adoecido, vítima do mal.
Quero insistir na mania de achar que há correria na instância do Alto, vozes de um tom de frequência mais fina que a nossa, tentanto achar brechas e gretas na mente dos homens, para que deixem entrar o furo de reportagem. Ainda há esperança ! Do recomeço, zerar das dívidas, nada a pagar nem a receber, tudo de novo.
Que um e outro comece, como vagalumes na noite, aventando sermos dignos de recepcionarmos possibilidades originárias do coração, de que temos mais uma chance, mais uma unicazinha chance; de tentar de novo; de fazer aquilo de que mais gostamos, de sentarmos a Beira do Rio, precisarmos de pouco, necessitarmos de pouco, parar de nos fazermos mal, não mais sentirmos mal.
Ah! Como é estranho pensar no que pode ser óbvio. Seria a origem do mal imaginar precisar de pouco? Viver? abrir o coração para sentimentos igneos? Amor à vida? ...Isso tem feito mau ao homem, pensar na simples possibilidades.
Deixem-me aqui, não pouparei mais seu tempo , nem farei mal a ninguém deixando o escrito.
Afinal, fuçar no bom, mal não faz.