Votos Poéticos
Marina, nunca escrevo o que falo, pois me acanho ao ler o que escrevo, mas estamos aqui hoje para casar, e como tenho vergonha de simplesmente falar, fiz para ti outro texto que vou então recitar, se você deixar… Posso começar?:
Já uma vez disse Platão (ou foi outro sábio? Acho que não…) que numa boa relação duas pessoas completas serão antes mesmo de sua união. Não podemos do outro depender, temos antes que entender nosso próprio ser, nos fortalecer. Só depois que ambas as almas estão fortes é que podem os dois, juntos, buscarem um norte, ampliando sua sorte.
Conosco foi assim, sabia? Cada coração se tratou como podia, cuidou da própria avaria, sem se apoiar em ninguém como às vezes queria, descarregar em outro a dor e agonia. Mas depois que a tormenta passou, nosso coração sarou, um para o outro se virou e finalmente encontrou...
Assim, se estou aqui agora garanto que sou melhor que outrora. Pode me aceitar sem demora! Queria prometer o mundo, mas sei que não te engano. Afinal, melhor ter uma boa costela que o Muro (velho) de Adriano. Que adianta eu prometer o Bornéu se na verdade você quer um Channel? Você pode até dizer: “não acredito no que diz”, mas uma coisa é certa: vou te levar a Paris.
Como Aurora em seu reino de fantasia sempre faz, prometo te dar felicidade e nada mais. Copiei Edgar Allan Poe, tenho que admitir, mas, há de convir, não vou dele me servir para te fazer rir. Antes disso, para te divertir, farei rimas alegres, como o Marshall, para seu filho dormir.
Ah! E antes que eu possa esquecer, tenho logo que dizer: amo muito você!