CORES

Por muitos anos e até hoje o Preto foi definido como ruim e o Branco como pacifico. Tudo que se refere ao bem é Branco. Assim como tudo que lembra o mal lembra também o Preto.

Cores que enganam. Assim como a aparência. Assim como a verdadeira essência.

Ninguém trás um manual de sobrevivência para esse mundo onde todos chegam e levantam diploma de juiz. É doloroso saber que a perversidade assumiu papel importante na vida de todos. E que a sabedoria foi trocada por migalhas de conhecimento. Onde o homem destrói a si mesmo. Se faz homem para morrer ou matar.

Vivemos nesse mundo construído em cima da inocência de nós mesmos. Estamos frágeis, mas cheios de status. Quem sabe com uma conta estourada. Imóveis incontáveis. Trilhões de opções de transporte. Cercado pela facilidade.

E mesmo assim, presos, presos no sentimento de "o que eu estou fazendo da minha vida?". Mas quem se importa? Ninguém.

Não adianta se importar. Não faz sentido. Não continuarei a dizer mais sobre a exponencial catástrofe que vivemos. Que elaboramos para nós. Como recompensa de um caminho longo e tenebroso. Com a infinidade e infidelidade de nossa sombra.

Jogue esse amor podre, cheio de ego. Colorido com a tristeza alheia. Recheado do prazer selvagem. Devastado pela mentira. E coroado com o abandono.

Pinte-se de Branco e veja a paz que disseram que essa cor representa.

Mas olhe para o mundo. Olhe ao seu redor e sinta toda essa encenação. Essa meia verdade.

Ronaldo Crispim
Enviado por Ronaldo Crispim em 15/01/2018
Reeditado em 22/01/2018
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