SEDE DE AMOR
SEDE DE AMOR
Sentes sede de amor
mas não sabes
encher a carência do teu oásis
amoroso,
com pétalas aguadas
desérticas.
Então andas a esmo
e hesitas no que procuras,
pois não sabes reter o tempo
em tuas ânsias
sentimentais, perdidas
na fonte da saudade,
quando amavas sob o cheio luar.
Teus passos trôpegos
seguem ociosos pela vereda
vã, sem que decidas
se queres viver a paixão
que te consomes como fogo,
ou se almejas a paz
que te esperas na aridez
do teu oásis amoroso.
Não há em ti sequer,
a esperança da água oásica
irrigando-te o coração seco,
se há muito não bebes
da água desértica que em ti,
é apenas miragem
amorosa dos teus desenganos.
Não sabes por onde segues
com os teus passos que se dissipam
como poeira no Saara;
por isso, não amenizas a tua
dor na vontade seca para amar;
que por enquanto, perdura
na intimidade do tempo,
sem tempo para te consolar.
E a tua sede de amor, se não a sacias,
pelo menos por alguns instantes
de tua presença peregrina,
no oásis onde podes
achar quem procuras para amar,
decerto irá perder-se
em tua poeira interior,
onde há muito tempo não combates
os teus desertos amorosos.
Escritor Adilson Fontoura