Alma e coração
Cai a chuva suavemente, e fria,
a rua fica encharcada,
raízes, rebentos irradiam alegria,
há tanto tempo era esperada
esta doce e abençoada sinfonia…
Foi longa e desesperante a espera,
Mas valeu bem a pena o esperar,
Deus na hora certa abriu as portas do céu
E chuva abençoada caiu sem parar…
Ah, agora sim, o ciclo pode continuar,
Raízes agarrar-se-ão com força á mãe terra,
Variados rebentos irão brotar, e tudo no seu tempo
Vai crescer e fruto e flor dar… E em breve tudo
será verde e cor, tudo flor e isso anunciará
a chegada da bela Primavera…
Ah, chuva abençoada por Deus criada,
como é belo o teu chuviscar…
É maravilhoso a janela abrir
e o cheiro da terra molhada sentir
e poder descalça “debaixo” de ti dançar,
sentir cada pingo que em meu corpo vem desabar,
e sentir-me uma eterna criança que admira
tua beleza que um dia Deus criou, e a qual me
continua a maravilhar…
Cai a chuva suave e fria, no chão poças d`agua,
Umas enlameadas, outras como espelhos de mirar,
Sou adulta, mulher feita mas não consigo resistir
a entrar descalça nelas e dançar, dançar até no chão
cair de exaustão e ver minha imagem refletida
na água da chuva… Não me vejo como mulher crescida,
mas sim como a criança que em mim vive… Leve, livre e
solta repleta de esperança…
Quando me encontro com a chuva, não sou adulta não,
Sou uma criança de alma e coração!