ARTE POÉTICA
ARTE POÉTICA
Colho a poesia
em qualquer instante
de minha alma inspirada;
que a vê e a sente doando-se
pela arte amante,
a quantos lhe admirem
a palavra poetizada.
A qualquer momento,
seja noite ou seja dia,
o poema me visita
como amigo fraterno;
como alma poética
que não me entedia;
mas só me consola
como um anjo eterno.
Ficar um só dia
sem fazer algum poema,
é como silenciar
e não falar com Deus
em prece; é como não voar
após o repouso do corpo,
sentindo-se alma livre
pela astral moradia;
pois a alma da poesia,
matéria prima do poema
(uma estensão de minha
alma), jamais me esquece.
Assim, vejo e sinto a poesia
em qualquer momento
que esteja em contato
com as coisas, com as pessoas
nos diversos lugares.
Pois a poesia em si,
é o que se vê, o que se sente;
diferindo do poema,
que é o exercício da poesia.
Nesse caso, a poesia
pode existir sem o poema;
basta ve-la e senti-la
nas paisagens interiores
e exteriores; mas o poema,
para existir, depende
da sensibilidade da alma
poética, pela junção de palavras,
versos livres ou rimados,
linguagem, ritmo, cadência,
musicalidade, melodia,
além da inspiração
e criatividade espontâneas,
para que poesia e poema
se tornem um todo que expresse
a genuína arte poética.
Escritor Adilson Fontoura