Tempero das madrugadas

De tudo sou nada

Do refúgio na madrugada

Do cair da noite

Ao nascer do dia

Sou brisa que açoita

Que balança as folhas

Que secas caem ao chão

Ih! Deu fome...

Sou tempero baiano

Sou moqueca, sou vatapá.

Se no baião de dois

Tivesse os quindo lê lê

No quindim da Ia

O côco ralado

Já adoçado pela moça da lata

Cuscuz, mongongá, tapioca.

Pudim de açaí, e paçoca.

Folha de laranjeira

Com mel de cidreira

Num chá bem quente

Saboreando a bolo da bobeira

Da pimenta malagueta, que tempera.

A carne que prepara o almoço

Depois de tanta comida

A dormida da tarde

Que revigora, energisa.

Pra de novo esperar

A caída da noite

Que será passageira

Pra de novo voltar

Nos pratos baianos

De temperos bem quentes

Que enchem a gente

De tantas delícias

Que encantam o paladar

Que refino, que apurado.

O gosto de gostar não é pecado

Da comida boa bem feita

Suculenta e temperada

Faz da cozinha a morada

Reunião dos convivas

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 24/08/2007
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