CHOVE LÁ FORA.

Chove neste momento, é o oitavo dia deste novo ano, os dias tem sido chuvosos, tranquilos, sem novidades. Estou na cozinha, em silêncio, ouvindo a chuva cair, gotejar aqui e ali, o som gostoso das gotas nas latas jogadas no quintal. Eu gosto de chuva, faz-me lembrar dos tempos de infância, áureo tempo que não volta mais. Tomo o meu café em silêncio, aproveitou os poucos momentos de silêncio, enquanto todos ainda dormem, esse, é o único momento do meu dia realmente disponível para se escrever, não que o restante do dia não dê, porém, há uma dificuldade maior para se fazê-lo, por isso mesmo, priorizo esse tempo para rabiscar as principais idéias. Talvez a tarde, eu rabisque algo mais desse meu dia, este poeta, tem muito a fazer, sem muito tempo disponível para tal.

Te amo desmedidamente,

Te amo e não consigo te esquecer,

Sua voz maravilhosa,

Sua face Majestosa,

Te amo perdidamente.

Já não chove agora como pela manhã, é quase treze horas, início do ciclo da tarde, a chuva antes grossa pela manhã, se faz agora fina, uma garoa continua que deixou o ar gelado. Aproveitei o pouco tempo de sossego para rabiscar algumas palavras.

Algo diferente aconteceu, não sei como explicar, mas o que posso dizer, que o beija flor, que a tanto tempo não aparecia na varanda da minha casa, retornou, sim, o beija flor retornou. E confesso que ele está ainda mais belo do que antes. O meu desconforto perante a sua presença é a mesma que antes, um pouco mais acentuado agora, que vejo em suas asas coloridas ainda mais beleza, o meu olhar enamorou-se uma vez mais, o coração bateu descompassado, faltou-me palavras, apenas observei-o, vencido por tamanha admiração, me rendi a momentos de silêncio. Desejo ser um beija flor também, e poder voar livremente, e sugar das mais belas flores, o néctar mais doce.

Te amo e não consigo te esquecer,

O tempo todo pensando em você,

Em teus lábios de mel,

Fonte do amor absoluto,

Te amo e não sei como dizer.

É fim de tarde, a noite aproxima-se rapidamente, com seus braços longos e escuros, envolvendo tudo. Está frio agora, uma leve brisa sopra, o beija flor continua aqui, em minha varanda. Enamorei-me desse beija flor, sua beleza corrompeu o meu coração, o seu perfume deixou-me anestesiado. Quisera eu prendê-lo na gaiola do meu peito, quisera eu... Mas é apenas um sonho louco, logo mais não o verei mais, ficara apenas a lembrança, queimando no pensamento, torturando a alma. A chuva não passa, meu desejo... Este também não passa.

Te amo desmedidamente,

Como um poeta louco,

Com palavras insanas,

Te amo sem medo,

Te amo sem reservas,

Sem rimas e nem amarras.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 08/01/2018
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