MENINA
Esta tarde encontrei uma menina: meiga, sorridente,
vestido rodado, olhos grandes e amendoados
e cabelos castanhos.
- São muitas as pedras, você precisa saber contorná-las!
Não queira ser adulta todos os dias: permita que sua
menina interior sonhe, porque, afinal, nem todos
os sonhos precisam tornar-se realidade! – ela falou.
Sorri para aquele lindo sorriso e aquela criatura encantada me estendeu a mão e juntas caminhamos
sobre as ondas.
Acordei e compreendi o significado daquelas
palavras: todo ser humano é frágil e vulnerável,
por isso só temos duas alternativas: ou recusamos
a nossa natureza e decidimos ser plásticos,
artificiais e inquebráveis, ou aceitamos a
vulnerabilidade do coração e abrimos as portas
e as janelas e sentimos ao vivo a energia e as cores
inebriantes com que o tempo colore a vida em
silêncio, no mais puro silêncio, aquele silêncio
que se ri de todas as metáforas que um dia
ousamos inventar...
A minha menina interior precisa viver para
que eu viva: mais feliz, mais colorida, mais completa,
ainda que frágil e vulnerável; ainda que goste
de pensar que a vida é longa e que me sobra tempo
para mais alguns erros e acertos...
Porque, afinal, somos mulheres e meninas e
ousamos inventar metáforas e, como você disse
"São os pequenos brilhos que encantam,
os holofotes cegam", não é mesmo, Clarice?
© Ana Flor do Lácio
Esta tarde encontrei uma menina: meiga, sorridente,
vestido rodado, olhos grandes e amendoados
e cabelos castanhos.
- São muitas as pedras, você precisa saber contorná-las!
Não queira ser adulta todos os dias: permita que sua
menina interior sonhe, porque, afinal, nem todos
os sonhos precisam tornar-se realidade! – ela falou.
Sorri para aquele lindo sorriso e aquela criatura encantada me estendeu a mão e juntas caminhamos
sobre as ondas.
Acordei e compreendi o significado daquelas
palavras: todo ser humano é frágil e vulnerável,
por isso só temos duas alternativas: ou recusamos
a nossa natureza e decidimos ser plásticos,
artificiais e inquebráveis, ou aceitamos a
vulnerabilidade do coração e abrimos as portas
e as janelas e sentimos ao vivo a energia e as cores
inebriantes com que o tempo colore a vida em
silêncio, no mais puro silêncio, aquele silêncio
que se ri de todas as metáforas que um dia
ousamos inventar...
A minha menina interior precisa viver para
que eu viva: mais feliz, mais colorida, mais completa,
ainda que frágil e vulnerável; ainda que goste
de pensar que a vida é longa e que me sobra tempo
para mais alguns erros e acertos...
Porque, afinal, somos mulheres e meninas e
ousamos inventar metáforas e, como você disse
"São os pequenos brilhos que encantam,
os holofotes cegam", não é mesmo, Clarice?
© Ana Flor do Lácio