Antonio de Albuquerque

O Outro Dia
 
Acordei qual alguém que na correnteza
 Do rio deixou o vendaval levar
 Tudo que aconteceu num tempo que passou
 Agora sinto imensa vontade de mudar
E,liberto para percorrer pelas várzeas
 Tal o vendaval levando
 O que me aprisionava
Transformando lágrimas em  luz
Varrendo a tristeza e a dor
Trago de volta minha felicidade
No jardim, apreciando as árvores
Com folhas renovadas e flores
Enfeitando meu olhar 
E, sobre elas garranchos úmidos
pelo sereno matutino, entendi
 Que testemunharam a partida
Das possibilidades de tudo 
Que não realizei

Sem falar, quero pensar
  E, refletindo abrir as portas
 Do meu interior, tangendo
Para o espaço o que parecia
Ser felicidade, visto que 
O sábio é aquele que basta 
A si mesmo e que encontra 
A felicidade em si mesmo
Escuto sons ficando entre palavras
 Alvissareiras e pensamentos alhures
Nesse olhar regado pela força
 Que me faz sonhar, sofrer
Sorrir e amar, eu sigo viajando
 No meu céu, depósito de saudade
 E de fecundas lembranças
No silêncio onde sorrindo 
Me encontro com o criador
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 01/01/2018
Reeditado em 14/03/2019
Código do texto: T6214030
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