[Na tela, o transeunte anônimo]

Tenho certeza de que eu já estive nalguma paisagem,

principalmente, na paisagem noturna dos bares, das ruas!

Mas quando eu estive “lá” — que pena! —

não havia um pintor que capturasse a minha imagem

e me tornasse um elemento quase neutro de sua tela.

Algo assim — eu seria o vulto de um transeunte anônimo

cujo rosto não interessa particularmente a ninguém,

um figurante que só faz número, e não é capturado em alguma ação!

Desperdiça-se assim a oportunidade que eu teria de entrar numa tela, algo com que eu sempre sonho — literalmente, entrar num bela paisagem, e quiçá, reconhecer-me — só eu me saberia!

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[Desterro, 17 de dezembro de 2017, às 18h20]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 24/12/2017
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