Olho me olhe

Acusação santa, daquelas que não vê a necessidade mas, possuí a indiferença.

Se acostumou em ser o mesmo sem fitar, besta do mundo, cavalo eterno, desembestadamente caminha sempre preso a si.

Hoje choro viciado em mim.

Procuro nos meus olhos baixos altura da dignidade.

No fundo, sei que virei um ator do mundo, espantalho do riso: preparo a felicidade e olho a tristeza que ninguém vê. Um comunicar apagado.

Os meus pelo que me olham não sabem. Eles são o motivo da minha beleza no mundo, pelo que muitos podem experimentar a geração sob vários aspectos, é ilimitadamente mágico. Algo espantoso! Corro para me esconder, chorar.

Se lavar, ter a alma lavada. Manter a cabeça pura de todo a dor do olho alheio que não vê, sequer tem dúvidas e faz doer tudo, intuído em si, tudo sabe, tudo define.

Se me fitarem buscando a razão ou a felicidade provavelmente a terão, pois, não nego convenções, mas, enquanto perdido, não posso mais me dar o prazer de privilegiar um mister qualquer, a não ser que o olho estenda o braço para além do próprio corpo.

- Basta!

Cansei desses olhos, dentes e do suposto bem que defendem sem fitar.

Pingado
Enviado por Pingado em 22/12/2017
Reeditado em 22/12/2017
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