PERDA DA IDENTIDADE

Num cálculo matemático ,mercenário
Ele nos dá um nome e dono se faz
Do nosso corpo, nosso destino,de nossas vidas
E de castração à castração vai fazendo
Da sua , a nossa vontade
Do seu querer , o nosso querer
Do seu riso , o nosso riso...
          
E mulheres crédulas no homem escolhido
Fazemos da nossa, a escolha infalível
E nos deixamos moldar
Agarradas ao nosso mito esfacelado
Que persistentemente,agarramos seus cacos
Reconstruindo-o cuidadosamente
E angustiadas , aguardamos a no nova queda.


E ele, em sua prepotência
Fecha seus ouvido  á nossa voz
Exercendo como macho,apenas dois sentidos:
-O tato para  afagar nossa carne
O olfato para sentir nosso cheiro,
Fora isso somos para ele  algo mais:
A  mãe de seus filhos, "a minha senhora "
Somos tudo ,menos igual  a ele.

E quanto mais  moldada à sua vontade 
Vamos sendo menos  e, pouco a pouco
Em sombra nos transformando
Até que um dia ,o espelho nos mostra
Rugas prematuras que traduzem 
tantas frustrações,sentimentos sufocados
Sonhos destruídos em nome de um amor
perdido  na instituição matrimonial.

Percebemos então,como balde  de água fria
Nossa covardia exposta,
nosso medo de recomeçar justificado
Nossos filhos feito desculpas vivas
Tanto querer renunciado
Tanto eu triturado por um nós falso.

Ps. Esse poema foi escrito a partir de fatos reais,infelizmente  ainda tão presentes em nossa sociedade machista.