GENUÍNO AMOR
Houve uma era que se ardia em guerras, mas nesse tempo, entre o grito e a espada, entre o sangue e a vitória, entre olhares confusos dos combatentes, também ardia o amor. Descansa perene a inocência juvenil, as declamações noturnas de sonhos escondidos, onde os gritos juravam eternidade e a poesia fazia a vez da coragem. E o tempo passou, mas os anciões de hoje, meninos amantes de uma outrora lua companheira, guardaram sob uma esperança úmida sentida, o rejuvenescido amor. Houve Deus, a cruz e a fogueira, o ódio, a traição o medo e o rancor. Foi-se tudo com o tempo, eterno e louvado, só permaneceu como tesouro enterrado, o quinhão de amor. Das tetras, das águas, escasseou o homem sua sobrevivência, seu único filho, seu Deus, sua história, sobrou por último, afinado suspiro, herança dos tempos, musical ancestral, que de todos os ritmos, todas as danças, de todos e todas foi a fé final, a única e contrária rima, finda a dor para ressurgir majestoso, escrito em poema, meu verdadeiro, genuíno e eterno amor.