por aqui não te trago mais
por aqui a fumaça não sai pela boca, nem entra por ela. trago apenas tédio e saudade suficientes para perder o controle. meu fôlego é enorme e nele cabe todo o verso das canções que escrevo. mas de que adianta poder cuspir minhas letras numa só respiração se é meu sufoco que te traz pra perto. é na asfixia que te percebo. por aqui fumaça passa longe. por aqui só folha verde, mato seco e ar livre ar livre da dubiedade que teu afeto exala quando teu corpo pesa sobre o meu por aqui amor-livre Livre, mas com codinomes pra esconder minhas verdades que aí são escrachadas. aí. no caos da cidade, pela dissimulada e tóxica paisagem dos cartões postais, moram as melhores mentiras e mais duras verdades. do jardim ainda brotam ervas daninhas, disfarçadas de margaridas que, não por acaso, são minhas prediletas. respirar o vento fresco interiorano, às vezes é se sufocar com a pureza do ar