Cidade do saber: fraternidade

Chão que finaliza a queda de folhas e se veste delas para aveludar passos. Bancos que se recostam no tempo e espera histórias serem contadas. São dias e noites; e jardins a todo instante florescem perfumes. Na noite caindo, brilho de vaga-lumes;

um ou outro nos beirais de parques ecológicos.

Grades que cercam brisas suaves ficam excitadas,

deixando-as deslizarem mansamente.

Poeira do tempo, canções ao relento, a vida desfila nas avenidas.

Indo e vindo, pessoas se encontram nas ruas e nem se olham.

Cumprimentam singularidades da alma insegura no meio das multidões.

Vastidão de terrenos no pensamento, propícios ao cultivo da solidão.

Corre calor no cansaço após o labor rotineiro.

Funções desempenhadas enriquecem carnes e desnutrem essências.

Valores se condicionam a sorrir sem caridade.

A cidade engole com boca ávida toda dessemelhança.

Mesmo assim, lá se vão prazeres na corda bamba da felicidade.

Luares e sóis pendentes no teto azul

fulguram imensidão na fé de cada um.

Milhares de olhares para dentro de si mesmo e não enxergam nada.

Os que conseguem enxergar, logo se conduzem de mãos dadas com a leveza. Porque a vida se faz de descobertas e coisas simples.

Bastam serenidade e contemplação minuciosa,

que as grandezas se revelam diante de cada ser.

A cidade do saber, dentro do peito e da mente,

deve-se erguer sem desigualdade;

Pelo menos, fraterna.

Takinho
Enviado por Takinho em 12/12/2017
Reeditado em 26/12/2018
Código do texto: T6197456
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