Cidade do saber: fraternidade
Chão que finaliza a queda de folhas e se veste delas para aveludar passos. Bancos que se recostam no tempo e espera histórias serem contadas. São dias e noites; e jardins a todo instante florescem perfumes. Na noite caindo, brilho de vaga-lumes;
um ou outro nos beirais de parques ecológicos.
Grades que cercam brisas suaves ficam excitadas,
deixando-as deslizarem mansamente.
Poeira do tempo, canções ao relento, a vida desfila nas avenidas.
Indo e vindo, pessoas se encontram nas ruas e nem se olham.
Cumprimentam singularidades da alma insegura no meio das multidões.
Vastidão de terrenos no pensamento, propícios ao cultivo da solidão.
Corre calor no cansaço após o labor rotineiro.
Funções desempenhadas enriquecem carnes e desnutrem essências.
Valores se condicionam a sorrir sem caridade.
A cidade engole com boca ávida toda dessemelhança.
Mesmo assim, lá se vão prazeres na corda bamba da felicidade.
Luares e sóis pendentes no teto azul
fulguram imensidão na fé de cada um.
Milhares de olhares para dentro de si mesmo e não enxergam nada.
Os que conseguem enxergar, logo se conduzem de mãos dadas com a leveza. Porque a vida se faz de descobertas e coisas simples.
Bastam serenidade e contemplação minuciosa,
que as grandezas se revelam diante de cada ser.
A cidade do saber, dentro do peito e da mente,
deve-se erguer sem desigualdade;
Pelo menos, fraterna.